A dura poesia concreta de tuas esquinas




"São Paulo é um buquê
Buquês são flores mortas
Num lindo arranjo
Arranjo lindo feito pra você

Não existe amor em SP
Os bares estão cheios de almas tão vazias
A ganância vibra, a vaidade excita..."

Um presente ao aniversariante

Ouro, incenso, mirra... e música!

 

Nunca é tarde demais para começar tudo de novo

Eu devia estar feliz pelo Senhor ter me concedido o domingo
Pra ir com a família ao jardim zoológico dar pipoca aos macacos 
Ah! Mas que sujeito chato sou eu que não acha nada engraçado 
Macaco praia, carro, jornal, tobogã... eu acho tudo isso um saco!


É você olhar no espelho, se sentir um grandessíssimo idiota 
Saber que é humano, ridículo, limitado 
Que só usa dez por cento de sua cabeça animal!

Amora preguicinha

[hoje vou dormir até mais tarde...]

Ah, se todo pai se desse conta disto...


"She's just like a maze
where all of the walls
continually change..."

O neto preferido de minha mãe

[bagheera lindão e a vovó dele.]

Tempo tempo tempo tempo


"Peço-te o prazer legítimo e o movimento preciso quando o tempo for propício
De modo que o meu espírito ganhe um brilho definido e eu espalhe benefícios
O que usaremos pra isso fica guardado em sigilo apenas contigo e migo"

Meta e caminho

"A Meditação", 1936, René Magritte

Muitos são obstinados
em relação ao caminho tomado, 
poucos em relação à meta.
(Do demasiado humano Nietzsche)

Lugar de mim


"Hoje eu me sinto como se ter ido fosse necessário para voltar
Tanto mais viva de vida mais vivida dividida pra lá e pra cá..."

Viramundo

"Prefiro ter toda a vida 
a vida como inimiga 
a ter na morte da vida 
minha sorte decidida."


O soninho de Momó

Da janela lateral

"Tudo é uma questão de manter
A mente quieta,
A espinha ereta
E o coração tranqüilo..."

[da janela do meu quarto. às vezes esse céu cinza paulistano acha por bem azular um pouco mais só pra me fazer sorrir...]

Poética


De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem


Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
— Meu tempo é quando.

(Vinícius de Moraes, NY, 1950)