A antiga modernidade atual


A coreografia criada em 1913 por Vaslav Nijinsky, com música original de Igor Stravinsky, é reiventada em 1987 por Millicent Hodson e aqui interpretada pela bailarina francesa Marie-Claude Pietragalla.
[extemporaneidade é isto!]

A paz nos encontrou subitamente

FLASHGORDON POR BRUNO VEIGA
[dentro da violência do mundo]

"imóveis encostados na parede"


Doçura nas vielas

"CINCO CABEZAS, DIEZ MANOS, UN SOLO CORAZÓN"
Neste 2012 que encerra com tantas notícias tristes de crimes por toda a cidade, os espanhóis do coletivo Boa Mistura conseguiram trazer um pouco de beleza, firmeza, orgulho, amor e doçura pra São Paulo. Através da intervenção urbana Luz nas Vielas, instalada nos becos da Vila Brasilândia, eles convidaram os moradores a participarem da transformação de seu próprio ambiente, provando que a riqueza da arte está na simplicidade. Curti demais!
[abs!]
























"Doçura pra cada pessoa que cruzou nosso caminho."

Não pense que isso vai ficar assim


"Neste minuto sei tão bem do espaço que ocupo
Meu amor, tudo tem seu lugar"
[beijinho-beijinho, xau-xau]

Meu batom vermelho vai me enfeitar...

Ela imagem, Ele palavra


Fotografia: Isabel Santana Terron


OS DESCAMINHOS SIDERAIS DA LITERATURA

Uma sonda chamada Tor I carrega através do espaço sideral, entre canções dos Beatles, a nona sinfonia de Beethoven, uma versão em inglês de Michel Teló intitulada OH, IF I CATCH YA, também um livro tradicional, feito de papel, e um leitor de livros eletrônicos.

Tudo isso serve para que, no caso de uma civilização alienígena existir e interceptar a sonda no infinito e além, saiba de nosso legado. Das muitas coisas maravilhosas que os seres humanos deixaram para o universo. De nossa inteligência. 

Em meio aos vários textos que o livro em papel e o leitor de livros eletrônicos no interior da sonda espacial compilam está um romance que ainda estou escrevendo e que se tornará muito famoso no futuro, pois será alvo de um processo bilionário que perderei.

A história do romance trata do cachorrinho morto que mora em cima da cabeça de Eike Batista. Já repararam no cachorrinho morto que mora lá em cima da cabeça do Eike Batista? Tem gente que finge não reparar, mas eu o percebi.

Pois bem, nessa história o cachorrinho morto que vive em cima da cabeça do Eike Batista não está exatamente morto, e sua consciência malévola domina por completo o Eike Batista, que, como todos sabem, é o dono do mundo.

E daí o cachorrinho morto em cima da cabeça do Eike Batista ordena que ele promova as maiores bandalheiras políticas e econômicas, como implantações de torradeiras elétricas gigantes em áreas de preservação ambiental, prospecção petrolífera nas piscininhas plásticas com bolinhas da criançada, indústrias de bombons transgênicos, e, entre outras barbaridades, o uso da polícia militar na expulsão dos melômanos, viciados em música erudita, do centro da cidade; e, como todos sabem, a Melolândia da região da Luz é um caso de saúde pública, não de polícia. 

Como já deu para perceber, o cachorrinho morto que vive em cima da cabeça do Eike Batista é o AntiCristo, o Eike é o seu cavalo e a partir daí começa o fim do mundo. E mais não conto, pois ainda estou escrevendo essa história. 

Mas não era disso que eu ia falar. Eu ia falar do momento em que os alienígenas encontram a sonda enviada ao espaço pelos cientistas pagos pelo cachorrinho morto que vive em cima da cabeça do Eike Batista. 

Depois de dançarem muito ao som de Michel Teló, eles localizam dentro da sonda o livro em papel e o leitor de livros eletrônicos. Pois bem, após demonstrarem algum espanto diante de tecnologia tão atrasada, os aliens começam a pensar no que farão para decodificar a informação que aqueles objetos trazem. 

O livro em papel está em inglês, então a primeira coisa que fazem é decifrar aquele grunhido bárbaro no qual o livro está escrito. Isso lhes ocupa algum tempo, pois a sociedade alienígena está imersa em morosa burocracia feita para restringir o acesso de funcionários públicos a jogos de entretenimento, ainda mais acesso a jogos de entretenimento — e a grande literatura também é isto — que possam transformá-los, que lhes ensinem algo (embora os aliens ainda não saibam que aquele maço de papel seja um livro e até mesmo que o papel seja papel, e que para fazê-lo era necessário derrubar árvores no planeta Terra, pois eles também não sabem lá o que era uma árvore e muito menos conhecem o planeta Terra, já que no planeta deles não existem árvores e no nosso também não, já que a história se passa num futuro não muito distante daqui quando este planeta Terra de agora já tiver ido pras cucuias e consequentemente as árvores também e por aí vai). 

Pois bem, eis que afinal os aliens decifram a língua inglesa e então passam meses, quem sabe anos e séculos, para entender todo o contexto e circunstância na qual ocorre a primeira história do livro que lêem. Para ler e entender “Crime e castigo”, por exemplo, eles precisam descobrir o que exatamente é um usurário, o que é uma dívida financeira, o que é o sistema capitalista, o que é uma velhinha russa, o que é um machado, o que é um assassino e, mais difícil ainda, já que são imortais, o que é a morte. 

Depois que mais ou menos entendem as agruras pelas quais Raskolnikov passou e o que ele aprontou à pobrezinha da anciã e como termina “Crime e castigo”, os aliens acabam se divertindo muito com a obra-prima de Dostoiévski e aprendendo alguma coisa sobre a miséria da existência humana no extinto planeta Terra. 

Nesse instante, os aliens começam a intuir o que é e para que serve a literatura. Contudo, quando deixam de rir, lembram que precisam decifrar como funciona o leitor de livros eletrônicos. Eles então pegam o Kindle ou o Ipad ou o Kobo ou quaisquer que seja a traquitana enviada no interior da sonda espacial, apertam o botão e percebem que está descarregada. Simplesmente não funciona. 

Furiosos e também curiosos, os aliens realizam pesquisas para entender qual é o tipo de energia utilizada para o funcionamento daquele estranho e arcaico aparelho. Sim, pois para usá-lo teriam de recriar todo o contexto tecnológico que permitiu à civilização que o inventou inventá-lo. 

Com isso, os aliens — cuja história científica é, muito provavelmente, diferente da nossa —, para atingir o conhecimento que conduziu a humanidade ao leitor de livros eletrônicos, deveriam passar por tudo o que passamos sem queimar etapas, desde a antiguidade, sendo atingidos por relâmpagos enquanto empinam papagaios do mesmo modo que Benjamin Franklin e queimarem um milhão de lâmpadas assim como Thomas Alva Edison queimou (aqui cabe uma anedota particular: quando criança nos anos 70, sempre imaginei que Tomás Alva Edison, o pai da lâmpada elétrica e do fonógrafo, era brasileiro; isto se devia, claro, ao fato de o brasileiro mais popular daquela época também se chamar Edson, Edson Arantes do Nascimento, o nosso Pelé, verdadeiro inventor do futebol). 

É aqui, entrementes, enquanto os aliens pesquisam, que se torna necessário um parêntese histórico para falar a respeito da literatura e seus descaminhos, siderais ou não. 

Desde que surgiu, cuspida à volta de alguma fogueira pré-histórica, e depois entre gregos e troianos, a literatura foi propagada ao longo do tempo através do ensinamento de mestres, de homens que a perpetuavam como um ofício artístico, ensinando as regras da arte. Esse processo durou entre dois e três mil anos. 

Entrementes, não havia risco nessa alternância, pois a arte era um conhecimento comum a todos, uma prática social, e não havia zonas escuras a serem exploradas ou mitos a serem combatidos. Tornar-se artista era o resultado culminante de um processo pedagógico, mais ou menos como se opera com parte de vocês aqui, que vieram à faculdade para aprender a ser jornalistas e, se contarem com a sorte, e vão necessitar de muita, serão jornalistas. Então, ser artista era pertencer a uma classe profissional como outra qualquer, com suas regulamentações e benefícios. 

Um poeta da Idade Moderna, por exemplo, podia ser contratado para compor um soneto de circunstância em homenagem ao aniversário de quinze anos da filha caçula da condessa de Sicranópolis. É bem conhecido o papel dos mecenas durante o Renascimento, que encomendavam a artistas quadros que registrassem efemérides familiares ou históricas, em geral exageradas ou falsas. 

Então e depois, até o século 20, a função social da arte era bastante clara. Em “Fuga sem fim”, um romance de 1927 de Joseph Roth, há um trecho que ironiza esse papel “pedagógico”: “Na guerra, descuida-se da educação. As moças de todos os níveis sociais aprendem, às expensas de versos iâmbicos, o cuidado dos enfermos, o heroísmo e detalhes da guerra.” 

Em fins do século 19 a literatura atingiu seu cume profissional, por meio dos romances de Dickens, Tolstói e Balzac. Longas histórias com ricas personagens que podem ser compreendidas sem nenhuma dificuldade. 

E é esse o modelo que vem sendo repetido, alimentado e exigido, por meio de um perverso sistema de recusas e revisões, de subsídio milionário ao formulaico, pela indústria editorial do século 20 até este ponto crucial em que ora nos encontramos. 

O modelo do romance realista do século 19 cristalizado nas obras de Dickens alimenta a atual cultura do romance de entretenimento serializado e também, paradoxalmente, a cultura da mesmice da alta literatura anglófila que está no centro do panteão canônico, com raras exceções. 

Porém antes de chegarmos ao século 21, é necessário mencionar as vanguardas de início do século 20 e de seu caráter revivificador. Como afirmou César Aira, “as vanguardas apareceram quando se deu por encerrada a profissionalização dos artistas, sendo necessário começar de novo. 

Quando a arte já estava inventada, restando apenas continuar fazendo obras, o mito da vanguarda veio repor a possibilidade de se fazer o caminho a partir da origem (…) a vanguarda foi a resposta de uma prática social, a arte, para recriar uma dinâmica evolutiva.” 

Derrotada pela mercancia do sistema editorial que atinge seu auge econômico da metade do século em diante, a vanguarda, também autosabotada por seu próprio caráter monolítico, deixando marcos intransponíveis como o “Ulysses” e “Em Busca do Tempo Perdido”, pedras fundamentais que não fundam nada, pois não fornecem modelos para reproduções e se autodestroem na nascente, não deixou herança. 

E aqui nos encontramos: no meio do deserto, sem nem uma coca-cola para matar a sede. Então eis que surge uma encruzilhada. A placa indica para um lado FIM DE TUDO e para outro, RENASCIMENTO. Com a substituição do antigo padrão de inteligência simbolizado pelo livro e pela eventual renovação — para não sermos mais drásticos — do sistema editorial proposto pela difusão digital, qual caminho a literatura vai tomar para se manifestar? Há alguma chance de que a ficção literária novamente ressurja, nem ao menos que seja para se impor “o objetivo de saber como funcionavam as velhas coisas e como funcionava o mundo”, no dizer de Aira, ao considerar que a arte continua a ser o melhor campo para a prática e a experimentação da velha inteligência, como a conhecíamos antes de desconhecermos por completo como funciona o mundo? 

Em discurso recente aos formandos de uma faculdade de artes da Philadelphia, o escritor britânico Neil Gaiman, procurando soar otimista diante de jovens que começam sua carreira profissional, afirmou que o topo da cadeia alimentar editorial com quem vem conversando “não faz idéia do quadro que existirá daqui a dois anos, quiçá daqui a dez”, recomendando aos artistas que só lhe resta fazer “boa arte”. Apenas esqueceu de dizer o que é a “boa arte”, que certamente não é o que encontramos com facilidade por aí nas prateleiras das poucas livrarias que ainda existem. 

Segundo Jorge Luís Borges, arte é “a iminência de uma revelação que não se produz”. Quem sabe não possamos em breve reencontrá-la em prateleiras digitais a módicos preços e com mediação menos comprometida? 

Bem, final do parênteses. Retornando aos aliens, enquanto esta reflexão digressionava, passam-se cerca de cem anos ou o equivalente a cem anos no tempo dos aliens, para que eles descubram a eletricidade. Quando enfim criam a primeira tomada e vão todos felizes plugar o leitor de livros eletrônicos na parede, os aliens descobrem que o plugue não serve. Eles então são obrigados a inventar o benjamin, ou o tê, ou o adaptador elétrico universal. Isso lhes ocupa mais uma semana-alien. Nisso, os aliens começam a ficar meio desanimados para descobrir quais histórias maravilhosas o leitor de livros eletrônicos lhes reserva. Quando estão prestes a conectar o plugue no adaptador, porém, acontece um curto-circuito poderosíssimo que apaga todo o prédio onde eles instalaram o seu centro de pesquisas. Bem, a má notícia é que o curto circuito também queima o leitor de livros eletrônicos e todo o seu conteúdo, livros eletrônicos que os aliens nunca terão chance de ler, mas que, na condição de autor desta história, posso adiantar a vocês quais são, e que se tratavam de alguns clássicos da literatura de auto-ajuda, leituras de cabeceira do cachorrinho morto que vive em cima da cabeça do Eike Batista, coisas que o cachorrinho morto que vive em cima da cabeça do Eike Batista lia para inspirar seu trabalho apocalíptico e de renovação do mundo, tipo “Como Eu Se Fiz Por Mim Mesmo” ou “Como Dominar o Mundo em 24 horas Só Com Seu Cartão de Crédito e Dois Cotonetes”. E isso é tudo que sei sobre os descaminhos, neste caso siderais, da literatura.
[uau, que dupla!!!]
Dois Terrons

Mundo às avessas

O Império das Luzes, 1954, René Magritte

Criticamos mais duramente um pensador
quando ele oferece uma proposição
que nos é desagradável;
no entanto, seria mais razoável fazê-lo 
quando sua proposição nos é agradável.
(Do demasiado humano Nietzsche)

Curte lá


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[eu curti. e você?]

Necessidade de saber o que é a alma


Partiremos do seguinte princípio: Toda alma é imortal, pois aquilo que move a si mesmo é imortal. 

O que move uma coisa, mas é por outra movido, anula-se, uma vez terminado o movimento. 

Somente o que a si mesmo se move, nunca saindo de si, jamais cessará de mover-se, e é, para as demais coisas movidas, fonte e início de movimento. 

O início é algo que não se formou, sendo evidente que tudo o que se forma, forma-se de um princípio. 

Esse princípio de nada proveio, pois se proviesse de uma outra coisa não seria princípio. 

Sendo o princípio coisa que não se formou, deve ser também, evidentemente, coisa que não pode ser destruída. 

Se o princípio pudesse se anular, nem ele mesmo poderia nascer de uma outra coisa, nem dele outra coisa, porque necessariamente tudo brota do princípio.
[who want's to live forever?]

"Ajudai-me a buscar a beleza interior
e fazer com que as coisas exteriores
se harmonizem com a beleza espiritual."


DISQUE 100


A menininha tem seis aninhos de idade. É linda (como toda criança), com seus cachinhos castanhos e as covinhas no rosto angelical. Mas aparenta timidez e tristeza, incompatíveis com sua habitual alegria, sempre demonstrada pelo risinho cristalino. Questionada pela mãe, a menininha se cala. Diante da insistência, acaba por falar:

– O tio disse que eu não posso contar a ninguém... 
– Contar o quê? 
– Nada...

Com muito carinho e, às vezes somente com ajuda profissional, a menininha finalmente revela que o “tio” (geralmente alguém próximo da família) dela abusou sexualmente. A criança se sente amedrontada e até pensa que tudo é culpa dela. Na verdade foi mais uma vítima de um predador sexual ou pedófilo criminoso.

Casos como este, e muito piores que este, infelizmente são muito mais comuns do que pensamos. A apuração é difícil, porque sempre envolvem constrangimento da vítima – que muitas vezes passa toda a vida sem revelar o abuso que sofreu – por vergonha ou por medo das habituais ameaças dos abusadores sexuais. Estima-se que menos de 10% dos abusos sexuais são relatados às autoridades. Hoje em dia a Pedofilia, principalmente na internet, movimento mais dinheiro que o tráfico de drogas.

É preciso que o Brasil se conscientize da necessidade de proteger nossas crianças. É preciso que todos os direitos da criança e adolescente saiam do papel e venham para a realidade. Este é o único caminho para um futuro melhor.

Carlos José e Silva Fortes 
Promotor de Justiça

Ministério Público MG

Piedra del Sol


A Pedra do Sol, descoberta em dezembro 1790 durante o nivelamento da Plaza Mayor na Cidade do México, é erroneamente também chamada de Calendário Asteca. Ela simboliza as concepções de tempo dos astecas, mas nunca funcionou como um calendário.

No centro está a imagem do Quinto Sol, Nahui Olin e o rosto de Tonatiuh, o deus do sol, representado com a metade inferior do rosto desencarnado e a parte superior encarnada, o que simboliza a vida e morte.

Em cada um dos cantos do símbolo de Olin está o nome dos outros quatro sóis: Nahui Ocelotl (jaguar), Nahui Atl (água), Nahui Quiáhuitl (chuva) e Nahui Ehecatl (vento). Segundo a  mitologia Nahua, o mundo como conhecemos hoje passou por diferentes eras de criação e de destruição, associadas a um sol  em particular. Em uma das versões do mito, a última era foi destruída por uma grande inundação. O Quinto Sol, que segundo os nahua é a era atual, vai acabar com grandes terremotos.

O resto dos elementos iconográficos que decoram a Pedra do Sol são distribuídos a partir de círculos concêntricos. Em torno do centro estão os 20 sinais dos dias, que quando combinados com 13 algarismos formam um ciclo de 260 dias também chamado Tonalpohualli. Em seguida, os símbolos solares e, finalmente, a representação de duas espécies de fogo que circundam o disco e cujas cabeças estão face a face, na base da imagem.


Uma lagoa verde imóvel e paciente


ESTADOS DE ÁNIMO

Unas veces me siento
como pobre colina
y otras como montaña
de cumbres repetidas.

Unas veces me siento
como un acantilado
y en otras como un cielo
azul pero lejano.

A veces uno es
manantial entre rocas
y otras veces un árbol
con las últimas hojas.

Pero hoy me siento apenas
como laguna insomne
con un embarcadero
ya sin embarcaciones
una laguna verde
inmóvil y paciente
conforme con sus algas
sus musgos y sus peces,
sereno en mi confianza
confiando en que una tarde
te acerques y te mires,
te mires al mirarme.

Mario Benedetti
[hasta luego!]
"Um céu azul, mas distante"

Sarebbe cosi dolce restar qui





Pra você viver o sonho,
eu sonharia para sempre.

O amor de Sócrates

"É evidente que o amor é desejo.

Sabemos, porém, que os que não amam também desejam os objetos que são belos. Como, pois, distinguiremos entre o que ama e o que não ama?

Devemos, além disso, examinar o seguinte: em cada um de nós há dois princípios que nos governa e conduzem, e nós os seguimos para onde nos levam: um é o desejo inato do prazer, outro a opinião que pretende obter o que é melhor. Essas duas tendências que existem dentro de nós concordam por vezes, em outras entram em conflito, por vezes vence uma e por vezes a outra.

Ora, quando a tendência que se inspira na razão é a que vence, conduzindo-nos ao que é melhor, chama-se a isso temperança; quando, pelo contrário, o desejo nos arrasta sem deliberação para os prazeres, e é ele que predomina em nós, isso se chama intemperança. 

Quando o desejo, que não é dirigido pela razão, esmaga em nossa alma o desejo do bem e se dirige exclusivamente para o prazer que a beleza promete, e quando ele se lança, com toda a força que os desejos intemperantes possuem, o seu poder é irresistível. 

Esta força Todo-poderosa, irresistível, chama-se Eros ou amor."
[ces't l'amour...]
"Eterna Primavera"

Imprevisível

"FALAR SOBRE MÚSICA É UMA BESTEIRA.
EXECUTÁ-LA É UMA LOUCURA."


Isto, dito pelo gênio Walter Smetak, há que se pensar... Não é à toa que esse louco criador de sons deixou a perfeita Suíça pra fazer microtons na minha Bahia e plantar sementes de impossíveis em nossas cabæças.
[freilos!]



"O tempo eterno torna-se terno, ou melhor, terreno.
Da terra, medido, contado e pesado.
Seria esta a razão da afinação temperada?
A idéia entra pela cabeça e sai pela boca...
temperada, transformada.
E depois das mãos para ficar visível na obra.
Arte e artesanato."

Consciência de tartaruga



Para cumprir sua missão, o Tamar conta com o apoio de toda a sociedade. Ações individuais podem ser decisivas em diferentes momentos do ciclo de vida desses animais. Saiba quais são os principais problemas enfrentados na praia, no período de reprodução:

- Incidência de luz artificial na praia: desorienta as tartaruguinhas na sua busca pelo mar e afugenta as fêmeas prestes a desovar;

- Trânsito de veículos na areia: pode prejudicar ninhos, filhotes e atropelar as fêmeas prestes a desovar;

- Desrespeito aos locais de marcação de ninhos: aparelhos de praia (cadeiras, barracas etc) podem danificar ninhos e desorientar as equipes de campo em relação à localização dos ovos;

- Lixo: na areia, torna-se obstáculo tanto para fêmeas que vão construir ninhos, como para filhotes a caminho da água, no mar, confunde as tartarugas e pode ser engolido por engano;

- Animais domésticos: podem matar as fêmeas, filhotes e destruir ninhos.
[se a gente pode ajudar, por quê atrapalhar?!]


Fígaro, Fígaro, Fígaro!

Mais um pra família Miau...


Fígaro foi abandonado recém nascido, junto com um irmãozinho, dentro de uma caixa de papelão numa praia do litoral paulista. Quando foi resgatado, não tinha mais que dez dias de vida! Estava fraquinho, com fome, medo, frio, saudade da mãe...

Eu acredito mesmo que pra cada pessoa cruel no mundo, capaz de fazer uma maldade dessa, existe pelo menos um anjo com disposição para transformar o mal em bem. Graças a Deus, Fígaro encontrou o anjo da guarda dele: uma moça que o resgatou, levou para que recebesse os devidos cuidados de um veterinário, gastou uma grana preta pelos dias de internação, comprou leite, remédios, mantinha e tudo o que ele precisava para sobreviver e ser um gatinho saudável. Além de tudo isso, ela ainda providenciou para que ele tivesse uma família que cuidasse dele com carinho.

Pra nossa sorte, ele veio parar aqui em casa. Chegou pequenininho (cabia na minha mão!) e foi o melhor presente de Dia das Mães que dei à minha mãe até hoje. Olha ela aí na foto, toda apaixonada pelo bebê! ;)

Inimigos da verdade


Convicções são inimigos da verdade
mais perigosos que as mentiras. 
(Do demasiado humano Nietzsche)

A sombra sonora de um disco voador


[eu tenho uma porção de coisas grandes pra conquistar e não posso ficar aí parado!]

A tal humana natureza


"De minha parte, quando entro mais intimamente naquilo que chamo mim mesmo, sempre tropeço em uma ou outra percepção particular, de frio ou calor, luz ou sombra, amor ou ódio, dor ou prazer.

Nunca consigo pegar a mim mesmo a qualquer momento sem uma percepção, e nunca consigo observar qualquer outra coisa que não seja percepção.

Se alguém pensa, em consequência de séria e não preconceituosa reflexão, que tem uma noção diferente de si mesmo, devo confessar que não posso mais usar argumentos racionais com ele.

Tudo que posso conceder é que talvez ele tenha tanto direito quanto eu, e que nós somos essencialmente diferentes nesse aspecto.

Ele talvez tenha percebido algo simples e contínuo, que chama si mesmo, contudo, tenho certeza de que não há tal princípio em mim."


A paixão pelas causas

"O Retorno da Chama", 1943, René Magritte

Quem dirige suas paixões para as causas 
(ciência, bem-estar público, 
interesses culturais, artes) 
retira muito fogo de sua paixão pelas pessoas 
(mesmo que elas sejam 
representantes daquelas causas, 
como estadistas, filósofos e artistas 
são representantes de suas criações).
(Do demasiado humano Nietzsche)

Eu nasci pra esperar por você



"Saí de casa à procura de ilusões, coincidências e confirmações 
Alguém com seu nome, alguma lembrança, alguma palavra, aquelas canções 
O mundo assim parece tão pequeno e eu continuo tendo visões 

Depois que nos encontramos, eu esqueço todo tempo que fiquei sem te ver 
Fora o tanto que eu me perco, fora tudo mais que eu penso, eu só penso em você 

Eu só penso em você
Só penso em você
Só penso em você

Fiquei em casa à espera de nada, nenhuma visita, nenhuma chamada
Ninguém com seu nome nem sua feição, nenhuma esperança, nenhuma canção
O mundo assim parece tão imenso e eu continuo vivendo em vão" 

[no dia mais bonito da minha vida, vou ver seu rosto e saber seu nome...]