Um sonho pra Aline sonhar

Ela foi pra Porto Velho.

Era segredo e só eu sabia.


(Pra ela bastava um dia!)


Mergulho em banhos índios:

negros fios molhados em balneários de paz,
repouso de uma pausa musical,
descanso em igarapés de silêncio.

E foi. Pra lembrar-se de quem é em praias de água tão doce quanto ela.


O convite para a viagem veio de uma esquina que em sonho lhe cantou assim...




Porque se chamava moço 
Também se chamava estrada 
Viagem de ventania 
Nem lembra se olhou pra trás 
Ao primeiro passo

Porque se chamavam homens 
Também se chamavam sonhos 
E sonhos não envelhecem 
Em meio a tantos gases lacrimogênios
Ficam calmos

E lá se vai mais um dia...

E basta contar compasso 
E basta contar consigo 
Que a chama não tem pavio 
De tudo se faz canção 
E o coração na curva 
De um rio

E lá se vai mais um dia...

E o rio de asfalto e gente 
Entorna pelas ladeiras 
Entope o meio-fio 
Esquina mais de um milhão 
Quero ver então a gente

Um comentário: